Gláucia Alexandre Formozo[1]Tadeu Lessa da Costa[2]Mayra Ribeiro Conde[3]
Fernando Rodrigues Ribeiro[4], Katiuicia Pacheco Moreira deSouza[5]Luzia dos Santos Santana[6]
Amanda Gomes Chagas[7]Jean Brum Jardim7, Jessika Chris da Silva Santos7
Mariana Azevedo Barros[8]Máximo Lucas da Costa Silva7, Nicolle Silva dos Santos[9]Patrícia Santos Moura[10]Priscila Oliveira da Conceição9
Rithyenne Henriques Quadros da Rocha9, Thaís Barcelos Willemenn Pecly7

Considerações Iniciais

Foto1 promocao da saudeAs doenças sexualmente transmissíveis (DST) são um dos problemas de saúde pública mais comuns em todo o mundo. Tais agravos possuem um papel facilitador na transmissão sexual do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), agente causador da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), o que evidencia a relevância dessas enfermidades (BRASIL, 2010a).
No que diz respeito à aids, dados epidemiológicos mostram que, no Brasil, de 1980 a junho de 2012, foram identificados um total de 656.701 casos, com 253.706 mortes registradas até 2011 (BRASIL, 2012) e, em 2008, somente 57,6% das pessoas com idade entre 15 e 49 anos possuíam conhecimento correto acerca dos modos de transmissão do HIV (BRASIL, 2010b). No estado do Rio de Janeiro, constata-se: em 2011, uma incidência de aids (por 100.000 habitantes) de 31,5 e, até o primeiro semestre de 2012, 92.178 casos de aids notificados (BRASIL, 2012). Uma das tendências da epidemia brasileira de HIV/Aids corresponde à sua interiorização, neste contexto enquadrando-se Macaé, localizada na Região Norte do estado do Rio de Janeiro. Esta cidade ocupa a 19ª e 10ª posição com relação à incidência de aids (por 100.000 hab.), respectivamente, no ranking dos municípios da Região Sudeste brasileira e no território fluminense entre localidades com 50 mil habitantes ou mais.
Assim, mostram-se oportunas as atividades de extensão universitária voltadas para a prevenção das DST/HIV/Aids, propiciando a melhoria da qualidade de vida da população. Nesta perspectiva, este manuscrito objetiva relatar as ações desenvolvidas no projeto de extensão universitária“Promoção da Saúde e Prevenção de DST/HIV/AIDS: ações extensionistas numa abordagem dialógica em Macaé-RJ”.

Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa. Os dados utilizados consistem em materiais oriundos do banco de dados do projeto em questão. Assim, serviram de base para a produção do texto arquivos de fotos, relatórios desenvolvidos, percepções dos integrantes do projeto e materiais bibliográficos apresentados em eventos científicos.

Resultados
O projeto em foco possui o objetivo geral de promover atividades relacionadas à promoção da saúde e à prevenção de DST/HIV/AidsFoto2 promocao da saude junto a grupos populacionais de Macaé-RJ. Para tal, visa, mais especificamente: identificar as percepções, informações e atitudes de grupos populacionais de Macaé acerca da promoção da saúde e prevenção de DST/HIV/Aids; conhecer as necessidades destes grupos sobre informações relacionadas à DST/HIV/Aids; promover espaços de discussão e atividades de educação popular em saúde (individuais e coletivas) e educação permanente de profissionais da saúde e da educação sobre o tema.
São realizadas oficinas, rodas de conversa, dramatizações, corte-colagem, exposição de vídeos, dinâmicas de grupo, exposições orais e outras técnicas conforme a necessidade sentida nos grupos inseridos nas ações do projeto. Dentre os temas trabalhados encontram-se, além da promoção da saúde e prevenção de DST/HIV/Aids stricto-sensu: as transformações corporais e o desenvolvimento da sexualidade; e os relacionamentos afetivos e sexuais.
Para melhor subsídio do processo educativo do projeto tem-se o conhecimento das informações e necessidades detidas pelo grupo abordado sobre as DST/HIV/Aids. Para tal, são utilizados: questionários e formulários; anotações diárias em caderno de campo acerca das observações realizadas; e roda de conversa ou conversas individuais. Assim, já foram aplicados, 730 formulários. Isto, pois pensa-se ser imprescindível conhecer o grupo-alvo, estando inserido em um contexto social e de saber prévios (FREIRE, 2005). São, então, realizadas atividades de educação em saúde junto a grupos populacionais – adultos, trabalhadores, adolescentes, idosos, homens, mulheres, profissionais de saúde e de educação, graduandos –, com base na dialogicidade e na pedagogia crítico-reflexiva. Assim, foram contemplados, aproximadamente, 3.000 sujeitos nos três anos de vigência do projeto.
O trabalho desenvolvido culminou, também, com a confecção de materiais didáticos para divulgação de informações sobre a temática em questão, como um folder e dois cartazes em que se contempla a dimensão da prevenção dos agravos mencionados, mas, também, o combate ao preconceito e ao estigma. Este é um ponto importante no processo comunicativo efetivado, para que não se recorra à pedagogia da transmissão ou medo, mas, sim, ao fomento à autonomia e à práxis (ação-reflexão-ação), como propõe Freire (2005).

Cabe destacar que as atividades proporcionaram aos discentes bolsistas e voluntários a correlação com conteúdos da graduação, contribuindo no seu aprimoramento acadêmico. Possibilita, também, o aproveitamento da carga horária de sua execução para a integralização dos créditos de Requisitos Curriculares Suplementares (RCS) do Curso de Graduação em Enfermagem e Obstetrícia do Campus UFRJ-Macaé. Além disso, propicia o desenvolvimento e a publicação de trabalhos científicos, apresentados em eventos acadêmico-profissionais.
Quanto à educação permanente, já foram ministrados quatro cursos de extensão voltados para profissionais e graduandos das áreas de saúde e de educação, nos quais se abordou a temática de sexualidade, promoção da saúde e prevenção de DST/HIV/Aids.

Considerações Finais
Considera-se que o projeto tem permitido promover importantes espaços de discussão, através da educação em saúde e da educação permanente, sobre temáticas voltadas para a promoção da saúde e para a prevenção de DST/HIV/Aids. Isto contribuindo, outrossim, para uma atitude mais positiva sobre a temática, com  a adoção de práticas preventivas adequadas e a redução de incidência destes agravos na população.

Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Epidemiologia - DST. Disponível em: http://www.aids.gov.br/data/Pages/LUMISBCD47A0DPTBRIE.htm Acesso em: 06 jan 2010a.
______. Ministério da Saúde. Monitoraids. Disponível em: http://sistemas.aids.gov.br/monitoraids/ Acesso em: 06 jan 2010b.
______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde - Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Boletim Epidemiológico AIDS – DST: Ano IX - nº 01 – até a semana epidemiológica 26ª – junho de 2012. Brasília: MS, 2012.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro. Paz e terra, 42 ed. 2005.

 

 


 

[1] Professora Assistente do Curso de Enfermagem e Obstetrícia do Campus UFRJ-Macaé Professor Aloísio Teixeira.

 

[2] Professor Assistente do Curso de Enfermagem e Obstetrícia do Campus UFRJ-Macaé Professor Aloísio Teixeira.

 

[3] Médica da Prefeitura Municipal de Macaé, Voluntária do projeto.

 

[4] Médico da Prefeitura Municipal de Macaé, Preceptor do projeto pelo Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde), do Ministério da Saúde.

 

[5] Enfermeira da Prefeitura Municipal de Macaé, Preceptora do projeto pelo PET-Saúde, do Ministério da Saúde.

 

[6] Assistente Social da Prefeitura Municipal de Macaé, Preceptora do projeto pelo PET-Saúde, do Ministério da Saúde.

 

[7] Graduando(a) do Curso de Enfermagem e Obstetrícia do Campus UFRJ-Macaé Professor Aloísio Teixeira, Bolsista do projeto pelo PET-Saúde, do Ministério da Saúde.

 

[8] Graduanda do Curso de Farmácia do Campus UFRJ-Macaé Professor Aloísio Teixeira, Bolsista do projeto pelo PET-Saúde, do Ministério da Saúde.

 

[9] Graduanda do Curso de Enfermagem e Obstetrícia do Campus UFRJ-Macaé Professor Aloísio Teixeira, Bolsista do projeto pelo Programa de Bolsas de Extensão (PIBEX) da UFRJ.

 

[10] Graduanda do Curso de Enfermagem e Obstetrícia do Campus UFRJ-Macaé Professor Aloísio Teixeira, Voluntária do projeto.